quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Grestel - Produtos Cerâmicos SA


Em catorze anos, a Grestel passou de 12 empregados para os actuais 240. Mudou as instalações da sua fábrica, em Vagos (distrito de Aveiro), para um espaço maior e fez uma viragem arriscada na sua estratégia: em lugar de vender os seus produtos para marcas internacionais, como Ralph Lauren ou os armazéns norte-americanos Williams-Sonoma e Crate & Barrel, decidiu ter a sua marca própria, Costa Nova (representada pelos típicos palheiros às riscas da zona da Costa Nova). A especialidade da casa é a loiça de grés, material inesperado mas mais resistente do que as clássicas faiança e porcelana.

A história começa em 1998 com dois engenheiros formados na Universidade de Aveiro, Miguel Casal e Rui Batel, administradores da empresa. A mais-valia é o uso de um material cuja porosidade é quase nula. Ou, trocado por miúdos, um material que aguenta líquidos e calor. Começaram por fazer peças de forno, alargaram a oferta aos serviços de mesa. Mais uma vantagem deste material, segundo quem vende: "É resistente no uso diário, quer em termos domésticos quer de hotelaria". E, acrescenta, o grés fino (que, em inglês, se chama fine store ware) "não se faz em todo o mundo". Mas faz-se aqui. E aqui a crise não chegou.

Já está em trinta territórios (Taiwan, Japão, Coreia do Sul, Rússia, Ucrânia, Croácia, Lituânia, Cazaquistão...). Um dos melhores mercados de exportação são os Estados Unidos. Operam na gama alta, em lojas seleccionadas, hotéis de charme e restaurantes de bom nível. Um prato de jantar custa entre três e quatro euros. "O chavão de dez por cento de inspiração e noventa por cento de transpiração aplica-se", garante o director comercial Carlos Ruão. Mas, a verdade é que a inspiração também conta. O êxito, numa área como esta, tem muito que ver com o design das peças. "Acompanhamos as tendências internacionais." As fontes de inspiração são variadas. Um modelo, por exemplo, foi inspirado no desenho de um prato do século XVII ou XVIII que está no Museu Nacional de Arte Antiga, em Lisboa. Uma das apostas tem sido a aparência meio tosca de algumas colecções. A provar o sucesso o facto de terem aparecido no número especial de casamento da revista da decoradora norte-americana Martha Stewart.

Na fábrica, com 22 mil metros quadrados de área coberta, produzem-se cerca de 15 mil peças por dia. Esqueça-se o aspecto escuro e sujo. Há muita luz natural e, cerca das 17h00, os funcionários terminam a jornada de vassoura em punho a limpar os postos de trabalho. No laboratório, convivem tradicionais máquinas de lavar loiça, lava-loiças, fornos, balanças de precisão e corantes de todo o tipo - para testar em várias situações.

O prato é a peça mais produzida na Grestel. Cada um anda cerca de quatro quilómetros em passadeiras, desde que o grés entra na máquina de moldar, passa pelos acabamentos e sai do forno. Nem tudo é feito pelas máquinas. Rápidas e certeiras, várias trabalhadoras põem asas em chávenas. Parece simples mas não é. Qualidade é exigência da marca e a sua condição de sobrevivência.

Referência: Artigo 1000 Motivos do nosso Orgulho publicado na 1000ª edição da revista Notícias Magazine


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